SANCA

Outono

Noite não tão fria.
Noite bela.
Estou um pouco confusa.
Mas minha alma, vaga tranquila.
“Caramilhoras “ nadam no pensamento.
Talvez eu deva afogá-las de vez.
Mas como sufocar a minha mente ?
Talvez o melhor a fazer, seja me acostumar com a felicidade.

“O beijo na boca não é só o substituto cinematográfico da união dos corpos proibida pelos censores, é também o encontro de Eros e Psyché: o sopro, nas mitologias arcaicas, é a sede da alma; por outro lado, é boca que se fixa sensualmente primeira, ligada à absorção e à assimilação; o beijo na boca é um ato de duplo consumo antropofágico, de absorção da substância carnal e de troca de almas; é comunhão e comunicação da psique no eros ...”. Morin (1997; pág. 134).

O que será ?

Será o sol surgindo diante do mar das trevas ?
Ou a lua refletida no mar da escuridão ?
Sinto informar; é apenas um teste fotográfico de luz.

SONHO

Tudo era apenas uma brincadeira
E foi crescendo, crescendo, me absorvendo
E de repente eu me vi assim completamente seu
Vi a minha força amarrada no seu passo
Vi que sem você não há caminho,
eu não me acho
Vi um grande amor gritar dentro de mim como
eu sonhei um dia
Quando o meu mundo era mais mundo
E todo mundo admitia
Uma mudança muito estranha
Mais pureza, mais carinho mais calma,
mais alegria
No meu jeito de me dar
Quando a canção se fez mais clara e mais sentida
Quando a poesia realmente fez folia em minha vida
Você veio me falar dessa paixão inesperada
Por outra pessoa
Mas não tem revolta não
Eu só quero que você se encontre
saudade até que é bom
É melhor que caminhar vazio
A esperança é um dom
Que eu tenho em mim
Eu tenho sim
Não tem desespero não
Você me ensinou milhões de coisas
Tenho um sonho em minhas mãos
Amanhã será um novo dia
Certamente eu serei mais feliz

Composição: Peninha

LUNÁTICA

No final da tarde enquanto o sol se põe, surge a lua com toda sua magnitude.Parece bailar no céu, infinitamente azul.

Sua dança, tem um ritmo suave, embalado pelo cheiro da chuva que parece chegar, mas que hoje, mesmo em pleno verão, resolveu dar uma trégua.Ela se mistura ao concreto frio, mas não por isso, menos belo e se torna apenas, a nota de uma partitura, da música que embala, o sono e os sonhos dos apaixonados.

HOJE

Nem sei quem sou.
Vago no céu, vejo estrelas novas, conheço outros planetas.
Mas, não sou tão curiosa como antes.
Não me surpreendo tanto assim.
Vivo uma busca, mas na verdade espero ser encontrada.
Talvez esta nova fase de ser, faça parte da serenidade,
O mais importante é que no fundo não perdi as esperanças.

THANKS GOD O NATAL ACABOU

VIVER A V IDA

Estou feliz.
Neste exato momento, redescobri que pequenas coisas podem ser sublimes.
Situações em que nos tornamos sem querer, observadores participantes, são sempre reveladoras.
Ao mesmo tempo, nos mostram coisas que sempre estiveram lá.
A vida definitivamente é emocionante.
E eu sou o que exatamente gostaria de ser.
Vivo minha vida, como gostaria de viver.
E se isto, choca a maioria das pessoas, não posso fazer nada.
Não sei viver sem ser autêntica.
Infelizmente ou talvez felizmente, quem quiser, goste ou não, cheguei numa fase, como diria uma amiga minha: “depois dos 30, tenho a desculpa insana, de fazer o que bem quiser”.

Porque será que eu não gosto,
de confiar no desconhecido ?
Ou seria melhor dizer,
desconfiar do conhecido ?

A TERRA NÃO ACABOU ?

Tudo indica, que sobrevivemos ao teste do acelerador de partículas nucleares. Embora, alguns especialistas tenham afirmado, que a destruição terrestre seria tão rápida, que nem perceberíamos. Será então, que a terra acabou e não estamos sabendo ?

REVER OS AMIGOS

Amigos, redescobrir-se, é sempre bom.
Parecem que são os únicos que podemos confiar, talvez os últimos.
Sempre estão lá, mas em momentos inoportunos, podem dizer as maiores verdades; ou não.
As vezes, você deve se afastar, mas não por muito tempo.
E o reencontro, é a afirmação da volta ao eixo.
Só posso, agradecer.

Palavras são só palavras

Palavras de duplo sentido,são sedutoras.
Aguçam o pensar, mas não levam a nada.

Conversas inteligentes, discursos eloquentes,
esvaziam sem ação.

Pessoas aparentemente interessantes,
na verdade são seres perdidos e suas falas,
um regurgitar de palavras.

Do que gosto ?
Porque gosto ?
Até quando gosto ?
Este gosto.
Vezes doce.
Vezes amargo.
Quente, fresco, que vicia e espalha pelo ar.
Foi embora com o vento gelado, em uma tarde nublada de uma sexta-feira de maio.

13

É o sexto número primo, entre 11 e 17
Cardinal: 13
Ordinal: Décimo terceiro
Factorização: 13
Do latim: Tredecim
Atribuído em muitas culturas ao azar
Na numerologia, vira 4
Meu número da sorte

Nem começou e já acabou !
Mas quando começa e quando acaba ?
Existe alguma direção ?
Como medimos o tempo ?
A sabedoria nos dirá.
A razão é necessária porém, muito cruel.

Da série: antenas.

TÁ BOM

Senta aqui que hoje eu quero te falar
Não tem mistério, não, é só teu coração
Que não te deixa amar
Você precisa reagir. Não se entregar assim
Como quem nada quer ?
Não há mulher, irmão, que goste dessa vida
Ela não quer viver as coisas por você
Me diz, cadê você aí ?
E aí, não há sequer um par pra dividir
Senta aqui espera, que eu não terminei
Por onde você foi que eu não te vejo mais ?
Não há ninguém capaz de ser isso que você quer
Vencer a luta vã e ser o campeão !
Pois se é no não que se descobre de verdade
O que te sobra além das coisas casuais
Me diz se assim está em paz
achando que sofrer é amar demais
(Marcelo Camelo)